Yaguareté, do espanhol com origem guarani, ‘La verdadera fiera’.
Nesses dias cinzentos em que buscava conforto na minha própria presença, me encontrei imersa nas minhas raízes. Quando me faltava o sol, era ali, num Brasil acolhedor e múltiplo, que encontrava tranquilidade.
A coleção Yaguareté é como um final de tarde de verão numa ilhazinha, pés descalços guiados pelo samba. É calor, festa, brisa e toque. É reencontrar a felicidade no simples, na calma, no desfecho de um dia profundo.
A coleção nasceu da vontade de valorizar o que é nosso - meu e teu, de olhar para dentro em uma época que tudo vem de fora.
Trago a onça-pintada como símbolo desse desejo de resistir e seguir em frente, de ser indomável.
De suas pintas esculpi sentimentos em formas abstratas, me desprendendo da rigidez. (Vi nascer do fogo uma esperança em tempos claros.)
Yaguareté é a simbiose entre o selvagem e o dócil. A união de opostos que fascina e assusta. É carregar na pele tanto as garras quanto as feridas e descobrir um caminho de reparação entre elas.
Perceber-se fera.